bairro

na rua de baixo
vi nascer o sol.
por de trás dos muros
encontrei-me
pequena.
“por que isso,
meu amigo?
da próxima vez
se esconda
melhor.”

[mas nunca
consegui
alcança-lo]

alma

de cada ano,
uma cor.
de luto,
visto branco.

Curso

fluimos
para o caos.
viver,
por si só,
é nadar contra
a corrente.
não tente
explicar,
espalhe,
e sinta.

fadiga

se damos um passo
para frente,
para ficarmos dois
para trás,
por que não ficamos
parados,
e esperamos
a vida passar?
suave,
imperceptível,
como um silabar.

Renata

posso não saber
o que é amor,
mas sei o que não é.

nao estou lá.

as palavras ecoam

anos,

e os anos, voam

com as palavras.

não há mais

nenhum jeito

de me encontrar.

tranquei-me

e me engoli.