quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Lista de Férias

Meu caro amigo Ivan (aka: Jihad) me pediu 5 músicas legais para ele ouvir nessas férias. Bem,não consegui afunilar para 5,então eu mandei 36 para ele.
Segue a lista de férias para escutarem enquanto não fazem absolutamente nada :)
Minha dica é ouvi-las no grooveshark! aproveitem. Coloque no Random!

Minha Lista

Animadas (no mood para...sei lá, dançar?):
Everybody needs somebody to love - The blues Brothes ( Vejam esse filme!!)
a-Punk - Vampire weekend
Lisztomania - Phoenix
634 5789 - The blues brothers
Something good can happen - Two door cinema club
Born to run - Bruce Springsteen
I can't talk - Two door cinema club
I'd rather dance with you - Kings of conveniece
Funky Nassau - The blues brothers
I feel it all - Feist
You're the world to me - David gray
Oxford Comma - Vampire weekend
Sex on fire - Kings of leon

Calmas (para as pessoas que não querem dançar! haha) :
Candy - Paolo nutini
Rewind - Paolo Nutini
Summertime - Ella Fitzgerald
Road trippin - Red hot chili peppers
Now my feet won't touch the ground- Coldplay
El capitalismo foreneo - Ghotan project (*instrumental)
Say it's possible - Terra Naomi
What sarah said - Death Cab for a cutie
my babe - Little walter
Guilty- Yan Tiersen
Fidelity - Regina Spektor
Us - Regina spektor (ouve mais dela ela é genial)
help me - sonny boy williamson
Operator - Jim Croce (Esse cara é foda!)
Georgia - Jackie greene
These Dreams - Jim Croce
Hit the road Jack - Ray charles
Some kind of wonderful - Grand Funk railroad
Baby Did A Bad Bad Thing - Chris Isaak
a deusa da minha rua - Antonio Zambujo
On melancholy Hill- Gorillaz
Valerie - Amy Winehouse
You Shook Me - Willie Dixon
Opus 28 - Dustin O'Halloran
Adventures In Solitude - The New Pornographers
Something about us - Daft Punk
Be be your love - Rachel Yamagata
Stranger Things Have Happened - Foo Fighters
Julia - The Beatles
Don't think twice, it's all right - Bob Dylan
Our house- crosby stills & nash (grupo fantástico!)
Blackbird - crosby stills & nash

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Genética das diferenças

A sociedade que vivemos não é nada além de um conjunto de fatores, sendo eles bióticos ou abióticos. São o conjunto de culturas, políticas, religiões, ideologias construídas pelo que acreditamos ser o ápice de nossa evolução: Os seres humanos. Passamos nossa existência tentando desvendar os fatores que interferem no comportamento humano e que estruturam nossa conjuntura social. Procuramos respostas fora, mas esquecemos de olhar para dentro, no sentido mais literal possível.
O que a genética pode explicar de nossa sociedade? Nas ultimas décadas viemos descobrindo o papel fundamental exercido pelos nossos genes na modulação e interações comportamentais, mas isso é explicado em nível individual, agora, como isso pode ser transferido e espelhado em um âmbito social? Para isso é necessário analisar as congruências do comportamento ao nível celular com as relações interpessoais.
A genética é uma importante fonte de informações para a construção e entendimento de um indivíduo, mas não nos esqueçamos do outro fator construtor social: O ambiente. Todos nós somos fruto do meio em que estamos inseridos, portanto o que observamos em uma pessoa não é uma ligação direta com a sua genética, mas uma combinação entre esta e os fatores ambientas constituindo o que conhecemos como Fenótipo
Cada geração é construída a partir da anterior, estamos divididos em dois ambientes, aquele que vivemos agora, e aquele que nossos progenitores viveram e nos ensinam. Como uma replicação do nosso material genético, mantemos uma fita do que nos foi passado e sintetizamos uma nova a partir dos elementos que encontramos nos espelhando no que nos foi dado. A procriação esconde um lado pouco observado (que perpassa os valores de manutenção da espécie), a de perpetuar os feitos de nossos antepassados e dividi-los com as nossas possíveis realizações. Apartir daí, como um crossing over, trocar nossos conhecimentos com semelhantes e gerar novos.
Talvez nossa replicação semi-conservativa seja uma adaptação vantajosa (se não, não a teríamos), mas em nível social pode demonstrar o receio que temos em mudar, nos adaptar ao novo e ao diferente. Somos como endonucleases, Glicosilases, Ligases, p53, prontos para reconhecer e reparar qualquer alteração e modificações que encontramos. Tanto nós, quanto nossos organismos não estão programados a aceitar as possíveis diferenças e nossos padrões pré-programados. O diferente é visto como uma ameaça e se não é reparado, é destruído. Quantas guerras, genocídios, assassinatos, discussões, preconceitos são baseados em algo tão fundamental em nossas vidas. As diferenças são a base da evolução, são a base do nosso convívio social e é o que nos move a descobrir, repensar e analisar. É com base nas diferenças e nas similaridades com o próximo que somos capazes de distinguir o que somos.
Somos os seres que consideramos como os mais derivados, passamos por diversas seleções do ambiente e chegamos no que acreditamos ser o ápice da evolução. Achamos-nos grandiosos por termos a capacidade de raciocínio, de conseguir separar os nossos impulsos (tanto gênicos como animais) e nos enquadrar a um padrão para o convívio social. Talvez devamos ser um pouco mais “degenerados”, aceitando, assim como nosso código genético, algumas pequenas diferenças sem nenhum tipo de preconceito, e sem que elas signifiquem alguma coisa ruim, para que um dia possamos compreender as grandes diferenças. Para que possamos ver nas discrepâncias entre os indivíduos a beleza que torna este mundo vivo e dinâmico (sem pelo qual nos não estaríamos aqui!). Talvez este seja um ensinamento que nossa replicação semi-conservativa deva repassar para a nossa prole. Seja esta a nossa realização que será a fita base para o encadeamento de outras idéias complementares, a realização que a genética explica muita coisa, mas não tudo.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Holócrina

o que recebo de você
é sempre muito
(por ser tão pouco).
não quero meia atenção,
(quero-o inteiro)
metade disso é amor,
o resto são esperanças.

sábado, 6 de novembro de 2010

por-do-sol

em um suspiro
morno e dilacerante,
guardo nossas verdades

com a maior das
veemências celestiais,
prendo-te,
em um tom anil,
a cada descer do dia.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

colina

morte não é um momento,
é um processo.
julgo-me ser derivado
sem nem se quer compreender
minha existência.
felicidade me é mera palavra,
nem estado,
nem plano

gélida,
cá estou.

domingo, 30 de maio de 2010

prece

meu deus, meu deus.
achava eu que
o tempo corria,
que as memórias ardiam,
e que pudéssemos sempre
nos resgatar.

meu deus, meu deus.
mas nem me sinto.
nem me vejo.
já é noite, e ainda nem
me dei conta que amanheceu.

meu deus...
sei que estou em algum
lugar de mim.
mas ainda não tenho
como me procurar.

domingo, 25 de abril de 2010

Debate de personalidade

De longe avistou o cavalheiro se aproximar. O dia estava quente, sem vento, e o sol castigava o andar do homem. Ela permaneceu sentada à sombra do ponto, a espera do ônibus que não tardaria. Sentiu seus passos arrastados mais perto .
-Boa tarde.- Cumprimentou o rapaz cordialmente.
Ela desviou o olhar reto por um segundo e grunhiu uma resposta sociável com um sorriso burocrático nos lábios. Ouvia-se ao longe o barulho dos motores dos automóveis na avenida. A rua era deserta, e o asfalto trepidava ao calor. Ambos estavam calados. O silencio não a incomodava, acreditava que nada era mais sensato que duas pessoas que nunca se falaram continuassem nesta situação, inerente ao fato de estarem a sós. O rapaz, criado aos bons costumes, claramente não acreditava. Sentia-se incomodado com a falta da conversa, trocando de perna frequentemente, mudando o apoio do tronco, revirando o cérebro em busca de uma frase cortes que iniciasse uma conversação natural. Assim o fez.
- Tempo maluco este, não? – Ele perguntou com um certo ar de indiferença, fitando o céu limpo. Ela encarou-o rapidamente, com lábios semi abertos, com uma expressão indecifrável. Ela voltou a encarar o nada, o que ele decifrou como um sinal para que continuasse. – Digo, está muito calor para esta do ano!- Completou ele, mostrando parte de seus dentes em um sorriso torto.
Alguns instantes se passaram e a moça nada respondeu. O homem beirou o desespero social. O que havia falado de errado? O que tinha feito? Será que tinha ofendido a moça de alguma maneira? Sentiu-se aliviado quando a mulher virou o tronco e encarou-o nos olhos.
- Está mesmo tentando iniciar uma conversa me perguntando sobre o clima?- Perguntou ela com um semblante confuso e os olhos estacados nos deles. Sentiu sua boca seca e o coração perder o compasso. O que o manual de convivência social lhe diria nestas horas? Seus lábios se abriram e se fecharam repetidamente. A moça, cordialmente, esperou pela resposta.
- Si-Sim, e por que não? É um tópico totalmente plausível para iniciar uma conversação!- Retrucou o rapaz indignado com a falta de polidez na moça. Ela balançou a cabeça como um sinal de indiferença.
- Por que acredita nisto?- indagou, curiosa. Ele pensou, formulando a resposta.
- É um tópico que todos nós temos alguma opinião, oras! Pois todos nós estamos sujeitos as nuances do clima e inevitavelmente o sentimos! Querendo ou não, formulamos uma opinião a respeito. – Continuou orgulhoso. – Nada mais sensato que o assunto para ser abordado em uma conversa casual tenha um tópico de conhecimento geral! – Concluiu gesticulando levemente com a mão. A menina permanecia com os olhos cerrados e a boca crispada, como se pensasse na conclusão do rapaz. Passaram-se mais alguns instantes para que ela respondesse. Uma brisa inesperada fez com que as folhas da sargeta se remexessem.
- Que tal Amor? – Interrogou inocentemente a garota. O rapaz permaneceu estático sem entender a afirmação inesperada dela.
- Amor? O que que tem o Amor?
- Por que não iniciar a conversa perguntando sobre ele? – O rapaz continuou a encará-la com uma feição totalmente confusa. Ela continuo a explicação. - É um tópico que todos nós temos alguma opinião, oras! Pois todos nós estamos sujeitos as suas nuances e inevitavelmente o sentimos! Querendo ou não, formulamos uma opinião a respeito. – Explicou calmamente. - Não foi o que disse? – Ele continuou a encará-la com um completo desconhecimento sobre sua afirmação.
- Mas é claro que isso não se aplica ao amor! –Exclamou alterado.
- E por que não?! – Ela permaneceu confusa. Ele gaguejou inicialmente.
- Por que não há lógica! E como essa conversa se iniciaria?! “ Olá, como vai o amor?!” – Perguntou com um certo tom de sarcasmo.
- Oras, seja criativo! – Bufou ela voltando a encarar a paisagem a frente.- Não foi você quem quis iniciar a conversa? Pelo menos me pergunte sobre algo menos banal que o clima. Trivialidades não nos levam a nenhum lugar, além do ordinário. - Concluiu ela cruzando os braços.
Ele pensou em responder algo, mas depois se calou. Engoliu a mediocridade em suas palavras e manteve-as em si. O som de um motor se fez mais alto na rua. O ônibus chegou e recolheu a moça que subiu sem hesitar. Ele permaneceu estático. Estava ele agora, se deparando com as diversas conclusões climatológicas frívolas que possuía, e sem nenhuma ilação além do... ordinário.

sábado, 24 de abril de 2010

passagem

não há nada no tempo que cure,
apenas o sentimento de já ter
sofrido demais.

segunda-feira, 15 de março de 2010

contiguidade carnal

Os lábios úmidos se separaram por alguns segundos e as palavras escorregaram convidativas pelos veios vermelhos. Entraram pelo ouvido e correram loucas, ardentes pelas veias, passeando por todo corpo fazendo o coração acelerar e a pele se arrepiar em uma névoa quente. O ar preso nos pulmões pediu passagem pela fresta fina da boca, sendo expulso com certa relutância, soando como um som rouco pelos dentes. Os dedos finos, gelados, acanhados pelo tremor, encontraram a superfície quente e palpitante do peito. Sentia como segurasse o coração na palma da mão. Ouvia-o suplicar. Ouvia-o lamentar baixo, recitando sempre o mesmo verso, o mesmo verso. Sentia-o na garganta, quando engolia dolorido, ou respirava em falso. Sentia-o envolta de si, pulsando sanguinoso. Os dentes arranharam levemente o contorno da coluna, caminhando pelos nervos, desenhando as vértebras, navegando nas ondulações das costas fracas, apreciando a estática que transparecia na palidez da pele. Os cílios esbarravam-se tímidos, os olhos fitavam-se brevemente, receosos por transparecer demais. Tornavam-se líquidos, escorriam pelas maças do rosto, aqueciam-se até chegarem aos seios, perdiam-se no abdômen e não retornavam mais. Permaneciam-se soltos, errantes pelos corpos contornados, no ar rarefeito, na terra já distante, simplória, vazia, errante, que recitava sempre o mesmo verso,

o mesmo verso


.



domingo, 14 de março de 2010

que começo tendencioso, escrevo.
desculpem-me,
na minha vida sou tudo,
menos imparcial.

quinta-feira, 4 de março de 2010

planeta

que importância
tens, além daquela
que superestima
seu frágil intelecto?
és cego,
és mudo,
és morto.
não és nada além de
pó.
então por que não
contenta-te com a verdade
e segue de cabeça baixa?

quarta-feira, 3 de março de 2010

fotos

sussurro seu nome baixinho
depois me calo
(pelo que sinto)
por uma
eternidade.

eu sinto.
eu sinto demais.

segunda-feira, 1 de março de 2010

novamente, igual.


o líquido de nossa
juventude se extravasa,
viscoso,
dolorido,
de nossa mente
estupefacta.

perdido nos limites
de nossas próprias
ideias, dilui-se
perde-se.

idéias, idéias,
tolas,
mas que um dia
foram sinceras.