quinta-feira, 19 de maio de 2011

Realidade Altruista

A plenitude se estende pelas minhas pálpebras. A calmaria de uma leve brisa gelada se contrapõe contra o calor pulsante de meu corpo. O horizonte se estende ao imaginável e os contornos iniciam-se a tomar forma. Sento-me, quieta demais, e mesmo que desconfiada, aprecio os minutos de uma extensa (e genuína) solidão. Converso com minhas faces, discuto com minhas opiniões e me calo por mais alguns instantes. Pela primeira vez em muito tempo sinto uma felicidade estonteantemente calorosa que me pulsa pelas veias e transborda em um sorriso leve. Não há medo nem decepção, quero estar aonde cheguei, e cheguei onde estou. Tudo isso é meu, obra de meu próprio ser. Algo invade repentinamente e me retira do meu breve estado de ventura. Um som repetitivo e conhecido esgarça-se entre meu mundo destruindo a delicadeza de minhas construções. A paz foge em um instante tão breve que me faz questionar de fato sua presença. O chão treme e a escuridão invade. Tudo volta e ficar tão frio, desconhecido, apavorante. Me abraço protegendo-me da escuridão veloz que insiste em invadir, se aproximando cada vez mais rápida, me engolindo, voraz, dolorosa, gélida, se aproxima, mais rápida, mais rápida, mais rápida....

Os olhos se abrem. A cortina se debate violentamente com o vento da janela.

Hora da realidade.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Vida Veterana


vira-me um sorriso que
em meia volta se desfaz
diz fazer planos comigo
se arrepende e não quer mais.
Cuidado amigo, tenho título de polida
mas as vezes não faço-o merecer.
Ofereço-lhe um ombro amigo,
mas se não lhe interessa,
sem problemas,
mando alguém pra te foder