terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Eis o amor.

me chamas
de tola,
e conformo-me.
sei que sou.
sou por que amo.
amo tudo.
amo aos poucos.
ou amo tão rapido,
que nem mesmo sinto.
por que sonho.
e amo sonhar.
por que não amo,
ao mesmo tempo,
por que nao sei
amar.
por que eu não
me canso de viver.
por que no dia
acho o renascer
da noite.
por que nao sei
terminar uma poesia
e continuo
ate me mandarem
parar.
parar de viver
ou simplesmente
de amar.

Que dizes fracasso.

o vento que nao soprou,
congelou os beijos no ar,
e do amor que nao chegou,
ficou apenas
o pensar
o pensar.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

e a beleza, caro,
está aí,
o fato dela não
existir,
e nem cogitar
a se criar.

Mito

não conheço nenhum
segundo eterno,
nenhuma memória
irrefutável,
nenhum passado
feliz,
nenhum choro
de alegria,
e espero
que não venha
a conhecer.
por que para mim
tudo
passa,
esquece,
escurece,
e morre.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Retrato

entre a ausência
e todas as outras
cores,
entre o céu
e qual outro
firmamento,
entre o passo
que o outro
ultrapassa,
e todos os eventos
que não explicação
e a grandeza
de um aceno,
eu me encontro.

sábado, 27 de dezembro de 2008

repetiçao.

tão pesado
quanto o tempo
que te leva,
tão forte quanto
o vento que nos
cega,
tão eterno quanto
o suspiro que nos
tira o fôlego,
escorrega pelos
meus pensamentos,
e foge da razão,
todas histórias
que não contamos.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Ele sabe?

continue assim
que você poderá
saber os dias
e conhecer a morte.
mas enquanto a
mim,
sei que a solidão
caminha com a
sabedoria,
então melhor
continuar
sozinha e
comigo mesma,
sem nada saber.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Dalilah

não choro por estar
perdida.
choro por ter me achado.
cega,
surda,
morta.

Automático

as folhas mentem
verde,
os olhos petrificam
medo,
as raízes sugam
ar,
o coração pulsa
sangue,
e ele corre lento,
tão lento,
alimenta a mente
ingenua
que chora
amor.

Flores no mar

Os pés cambaleiam medrosos
e riscam a areia que segues.
o sorriso perpetua,
graciosa é esta dança
que encanta e dissimula
olhares e ventos.

As rendas passadas,
doces memórias,
tão frágeis quanto o tempo,
tão vazias quanto
as flores alçadas ao mar,
que brincam
nas ondas
nos cachos
nos lábios
mas não tocam
o coração.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Resoluçoes

Não espere nada da vida,
por que eu sei que ela não
espera nada de você,
então prove o que
tem que provar,
faça o que tem que
fazer,
e vamos dar o fora
daqui,
antes que alguém o faça
por você.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Estaçoes

Não há lucidez na
sanidade
e nem motivos na
loucura,
não há verdade nos olhos
fechados,
e memórias nos caixões.

sádica a vida,
que me dá a voz,
que me faz gritar amarelo
em um país surdo
e preto e branco.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Costa

Sal que seca e
prolonga, inútil,
a espera da arrebentação.

Traiçoeiras ondas,
promessas airadas,
voltam e vão.

equivocado,
e tão
longe do mar,
concha e coração.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Espaço

quanto brilha aquelas
verdades sagradas,
distantes, sombrias,
sem causa nem valor?

permanecem embaladas
na inquietação do não
saber,
nem querer,
o comodismo de apenas
viver sem perguntar
o por que da respiração.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Madrugada

a tepidez da noite transforma-se
em esfumaçados raios
que tomam a minha
manhã,
transformo-me junto,
e sinto que algo se perde.

entre lençóis e desejos,
calma e meu sonhos,
café e morbidez,
evapora-se com o calor
que o sol abriga e trás
como mensageiro da verdade
e da luz,
minha sanidade,
e me sobra apenas
a minha cama vazia.